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CRÍTICA | MAMMA MIA! LÁ VAMOS NÓS DE NOVO

CRÍTICA | MAMMA MIA! LÁ VAMOS NÓS DE NOVO

A era de ouro dos musicais hollywoodianos acabou no início dos anos 60. Desde então, assistir a um filme em que o personagem principal começa a cantarolar no meio de seus sentimentos não é algo muito comum. Contudo, de tempos em tempos encontramos alguém disposto a investir nessa ideia. 

Em Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo, sequência do filme de 2008, temos o resgate do gênero musical em sua essência mais brega. Há números musicais inseridos no meio de jantares, grandes coreografias onde todos ao seu redor magicamente sabem os passos de dança e conhecem as letras das músicas.

O longa-metragem é composto pela trilha sonora do ABBA, famosa banda dos anos 70, em que suas faixas mais famosas servem de base para a história. Inclusive, há certos momentos do filme em que as cenas parecem existir unicamente para justificar a escolha de uma determinada canção. 

Com esse plano de fundo, o filme novamente destina-se a contar a história de Donna (Meryl Streep), mas dessa vez do ponto de vista de sua juventude, narrando a história de como a personagem foi parar na ilha grega de Kalokairi, onde construiu o seu hotel. 

Nos quesitos técnicos, importante mencionar que o filme possui uma fotografia impecável, cenografia belíssima e um figurino que nos remete ao vestuário mais caricato dos anos 70. Nestes pontos, a direção geral do filme acerta em cheio. 

Quanto ao elenco, os atores do primeiro filme retornam sem nenhuma exceção, dividindo o protagonismo com os novatos, que vieram viver suas versões jovens. Desse modo, encontramos novamente com Sam (Pierce Brosnan/Jeremy Irvine), Harry (Colin Firth/Hugh Skinner), Bill (Stellan Skarsgård/Josh Dylan), e as Dynamos; Tanya (Christine Baranski/Jessica Keenan Wynn) e Rosie (Julie Walters/Alexa Davies), além de Sophie (Amanda Seyfried).

Quanto ao elenco jovem, Lily James captura a essência de Donna, empregando a mesma alegria e paixão pela vida que Meryl Streep tornou tão cativante no primeiro filme. Mas o maior destaque vai para Jessica Keenan Wynn, que consegue capturar todos os trejeitos vividos pela personagem de Christine Baranski, parecendo de fato serem a mesma pessoa, o que rende alguns dos melhores momentos do longa.

O resto do elenco jovem não cativa tanto, entregando algumas atuações muito forçadas em certos momentos, deixando-os esquecíveis frente aos seus veteranos.

Por isso, focado muito na juventude dos personagens, a primeira parte de Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo é arrastada, com uma história que não cativa imediatamente. 
Já com o elenco veterano, o retorno de todos os atores envolvidos no primeiro filme transparece claramente como a produção foi rodeada pelo carinho de cada um deles por essa história, o que fica claro na apresentação de Dancing Queen.

E por esse motivo é satisfatório ver atores tão famosos nos anos 90 e 2000, como Pierce Brosnan e Colin Firth, mostrando toda a sua competência e se divertindo ao brincar com a própria idade. 

Agregando ao elenco, não podemos deixar de mencionar a presença da diva Cher, que no filme interpreta a mãe da personagem de Meryl Streep, mesmo que as duas atrizes tenham apenas dois anos de diferença. A história delas, porém, evidencia algumas das falhas mais sérias do roteiro, pois em nenhum momento a relação das duas é aprofundada, deixando vários questionamentos no ar. 

Apesar disso, Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo entrega uma sequência leve, divertida e cativante. É um filme feito para entreter e deixar as músicas do ABBA na sua cabeça por alguns dias, o que a produção faz com maestria. Ah, fique até o final para conferir a cena pós-créditos!

Nota: 3/5.
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Crítica do filme Mamma Mia! Lá Vamos Nós De Novo.

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