Repertórios socioculturais acerca da influência dos meios de comunicação na sociedade brasileira; e redes sociais com a nova era da comunicação - Alunos: Marcos Paulo, Clara Césario, Ana Clara Melo, Tainá Mesquita, Sara Mariana, Maria Isabel e Alícia
Na canção “Televisão”, do renomado grupo musical Titãs, apresenta-se uma crítica ácida e sarcástica acerca do meio de comunicação que era usufruído excessivamente pela massa popular nos anos 80. Ela retrata a passividade, alienação e consumo exacerbado da televisão por meio da população brasileira. A canção reflete sobre como um aparelho eletrônico pode influenciar negativamente um indivíduo, e consequentemente, provocar uma alienação, um “embrutecimento” da sociedade, ou seja, uma degradação do intelecto humano e pensamento crítico, adentrando-se em um aspecto conformista e afastando-se da realidade.
Ao fazer uma análise da atual conjuntura brasileira, nota-se que o principal veículo de comunicação da sociedade não permanece sendo a televisão, como citado na canção anterior. A partir disso, podemos desenvolver e abordar a afirmação de Karl Marx, onde ele expõe, a seguinte assertiva: “A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, como isso, todas as relações sociais”. Portanto, como citou o filósofo acima, a burguesia, que é constantemente beneficiada pela exploração do mercado mundial (incentivando o consumismo desenfreado dos instrumentos de comunicação e acarretando a uma alienação coletiva da sociedade), detém totalmente o poder político, público e social em questão, visto que detém o poder econômico. Assim, ela se mantém no topo da hierarquia coletiva, enquanto dissemina e proporciona um retrocesso cultural populacional, retraindo o pensamento crítico da sociedade.
Dentro desse aspecto, podemos ressaltar os estudos da Escola de Frankfurt: uma crítica à sociedade de comunicação de massa, as influências e mobilizações que são originadas por meios de comunicação e o totalitarismo eletrônico. Max Horkheimer e Theodor W. Adorno são os principais representantes da escola, fundada em 1924 na Universidade de Frankfurt, na Alemanha. Os estudos foram desenvolvidos com base na orientação marxista, citada anteriormente. Adorno e Horkheimer definiram indústria cultural como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes, livros, música popular, programas de TV etc. - como mercadorias e como estratégia de controle social. Visto que os meios de comunicação são propriedades de algumas empresas, o objetivo e interesse das mesmas consiste em obter lucros e manter o sistema econômico vigente que as permitem continuarem lucrando. Portando, não possuímos e consumismos bens artísticos e culturais, mas sim, produtos de consumo que não contribuem para a formação de cidadãos críticos e céticos, apenas alienados acerca da realidade.
A longa-metragem “garoto cósmico”, de 2007, também pode ser analisada e abordada de acordo com a temática. Cósmico, Luna e Maninho vivem em um mundo futurista, o Alto universo, no ano 2973. Eles vivem no Mundo da Programação, onde as vidas são inteiramente programadas. Eles fazem o que lhes é destinado: estudar, comer, dormir e estudar mais. Uma noite eles se perdem no espaço, enquanto buscam obter mais pontos para ganhar um bônus na escola. Eles então descobrem um universo infinito, esquecido num pequeno circo, o Circo Giramundos, onde vivem novas experiências.” O filme retrata como a tecnologia e a comunicação influenciam a vida até mesmo das crianças, com rotinas pré-determinadas e um controle enorme da população. Neste mundo, ao saírem de sua casa e se desconectarem o trio encontra um circo que vaga pelo espaço. O filme se segue e é apresentado que o universo das crianças se modificou por completo, com eles tendo desenvolvido o senso de criatividade, emoções mais fortes e proatividade. Podemos aplicar esse conceito na atual sociedade, onde somos dominados pelas redes sociais e temos nossos sentidos envoltos por uma cortina de fumaça. Nossas vidas são controladas e se não obedecermos à norma e ao senso comum da tecnologia somos criticados e taxados de diferentes, tendo sempre que estar no igual.
