A METAFORMOSE DE MEDUSA
A MORTE DE AKUANDUBA
SCIENTIA SEXUALIS
A obra “Scientia Sexualis" é um termo que me apropriei ao ter contato com o livro "A história da sexualidade” de Michel Foucault, que analisa as mudanças acerca da conduta social do século XVII, XVIII, XIX e XX. Enfatizando os tabus gerados da era vitoriana e como tais regras favorecem e foram usados e potencializados pelo capitalismo. Propondo diálogo com o sociólogo espanhol Manuel Lucas Matheu que elucida que a sexualidade é genitalizada, justamente para corroborar com a lógica vigente que exige o máximo da força de trabalho necessitando que do proletário esforço mínimo com seus prazeres. Destarte decidir produzir um falo de papel alumínio, que dá cabo de duas máximas, a primeira é que a sexualidade no Ocidente foi relegada a uma tecnologia do sexo, que seria uma visão unívoca do sexo e a segunda que favorece ao capitalismo obliteração da construção de novas sexualidades ou das que existem em nome de uma perspectiva sexual pautada genitália.
A obra foi pensada a partir dos desdobramentos do termo site specific da Rosalind Kraus, que em síntese concerne na produção artística emergente e coadunada com as região em que se está, divergindo por exemplo, de site specificity, que propõe a construção artística para determinado lugar. E é imbuído de tal concepção que comecei a olhar de forma crítica para a construção de um prédio que acontecia ao lado do meu apartamento. Ao ouvir os barulhos de batidas e sons de máquinas concernentes da construção de edifícios, logo pensei acerca da dupla alienação, onde o proletário produz de forma fragmentada, limitando-se somente a uma parte do processo total e depois se ele (o proletário) quiser usufruir daquilo que construiu ou consumir aquilo que produziu terá que pagar. E tal situação é a mesma que ocorre na construção ao lado da minha moradia, esses trabalhadores nunca poderão usufruir do trabalho de suas mãos sem dinheiro, e assim seguem alienados sem saberem e sem condições de gerar revolução e propor um outro modo organizacional, tal impedimento se dá, pela formação do exercito reserva que possui o sexo só para procriação incentivado pela Igreja como base, pois enquanto mais a massa proletária se multiplica sem consciência de sua miserabilidade, mais o capital determina as relações de poder.
Destarte, a “scientia sexualis” questiona o sistema que tomou todas as esferas do vida, chegando ao ponto de determinar a forma de sexualidade da sociedade.